Autor: Rafael Galvão
Eu já comi arroz
Eu já comi feijão
Eu já comi carne
Eu já comi macarrão
Eu já comi alface
Eu já comi berinjela
Eu já comi brócolis
E brigadeiro na panela
Eu já comi doce de caju
Eu já comi goiabada
Eu já comi doce de leite
Eu já comi marmelada
Eu já comi porco
Eu já comi javali
Eu já comi búfalo
Cobra não, nunca comi
Eu já comi caranguejo
Eu já comi siri
Eu já comi ostra
Eu já comi sushi
Eu já comi lagosta
Eu já comi pitu
Eu já comi escargot
Ah, que rima feia eu ia fazer
Eu já comi pão
Como eu gosto de pão
Eu já comi pão
Eu já comi pão
Eu já comi rã
Gosto muito, até
Tanto quanto de coelho
E eu já comi jacaré
Eu já impliquei com garçom
Porque ele não trazia carneiro
E quando trouxe, deixei de lado
Porque sempre fui encrenqueiro
Eu já comi espaguete
À bolonhesa e à marinara
Ao alho e óleo e quatro queijos
Mas gosto mesmo é à carbonara
Eu já comi sashimi
Eu já comi camarão
Mas até hoje desconfio
Que aquele peixe não era salmão
Eu já comi feijão, já disse
Mesmo sem gostar nada
É que eu não gosto de feijão
Mas encaro uma feijoada
Eu já comi pimentão
Eu já comi ervilha
Eu já comi rúcula
Eu já comi lentilha
Eu já comi acarajé
Eu já comi abará
Cocada branca e morena
No Tempero de Dadá
Eu já comi bolinho de estudante
(Que a Dadá, engraçadinha
Resolveu, com muito mau gosto
Chamar de punhetinha)
E como comi sanduíche
De todo tipo: bom e ruim
Mas gosto mesmo é de comida baiana
Só não gosto de xinxim
Já comi comida grega em Paris
Prova de que éramos burros
Adoro pastel velho, de boteco
E sempre gostei de churros
Eu já comi tanta coisa
Inclusive o que não devia
Mas o mais engraçado, mesmo,
É que tudo vai embora no outro dia
Essa é a minha filosofia.
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